29 de mar. de 2009

Uma ponte para a Vida


Vi Terabithia, lá estive, lá sorri e lá chorei. Estive em Terabithia, onde os sonhos se convertiam em realidade. Sonhei com Terabithia, onde a magia não tem idade.

O filme não é nada do que se espera. Não vemos dragões mágicos, não vemos varinhas de condão, nem fadas cintilantes. Vemos apenas uma menina e um menino: Jesse, o único filho (rapaz entre quatro irmãs: dois desastres, mais velhas, e um anjo, mais nova) de uma família com escassas condições financeiras, maltratado por dois colegas patéticos e que não vê o amor que o pai lhe expressava (porque não sabia bem como expressar!); e Leslie, a menina dos olhos de ouro dos pais (escritores-natos) e dos professores.


Leslie chega e, aos poucos, demonstra ao espectador que o amor surge da amizade. Jess retribui com dificuldade. Mas não pensem que o filme é uma história de amor ao bom estilo romântico. É muito mais!

Leslie é imaginativa nas palavras, Jess é exímio nas imagens. Juntos, os dois criam um mundo de fantasias nos quais eles dominam, um mundo chamado Terabithia, no qual não há limites.

Mas a fantasia, algum dia acaba. O espectador choca-se. As crianças choram. Algo muda naquele mundo perfeito e romantizado. Alguém percebe que as oportunidades não podem ser deixadas para trás. Alguém percebe que o sonho limita a vida. A comédia se converte em drama para se converter, depois, em vida real. O espectador-mirim aprende o que é a culpa, aprende o que é a vida, aprende o que é crescer. O espectador-adulto sabe o que é a culpa e por isso percebe o que é a responsabilidade, sabe o que é a vida por isso alegra-se de nela estar, e sabe o que é crescer por isso adora a nostalgia da infância.

É em Terabithia que se ergue uma ponte onde a adultez e a infância se encontram. É lá que o onírico e o desperto se fundem. É lá que percebemos que é possível andar o caminho espiritual com pés práticos.

Ergamos uma ponte à Terabithia!

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